1º Dia
Começa por referir a má situação económica que se sentia na sua família enquanto jovem , falando-nos também da sua juventude em Agarez, sua terra natal. Recorda-nos o tempo da sua ida à escola primária e também da relevante distinção que tinha em relação aos colegas.
Com a 4ª classe, deixou a escola e foi para o Porto trabalhar como porteiro. Não se dando bem, voltou a Agarez. Nessa altura o seu pai colocou-o num Seminário onde estudou afincadamente e tirou boas notas. Nunca quis ser padre, perante isso o pai mandou-o para o Brasil para trabalhar na fazenda de um tio, e assim partiu na expectativa de ganhar algum dinheiro.
2º Dia
No Brasil, as coisas não correram da melhor maneira devido à sua tia que não gostava muito dele, mas pelo contrário o tio propôs pagar-lhe os estudos ou montar-lhe uma loja. Optou por estudar.
Mais tarde, o tio vendeu a fazenda e veio para Portugal. Ele, não querendo continuar no Brasil, partiu também para Portugal fixando-se na cidade de Coimbra.
3º Dia
Em Coimbra, foi para um colégio interno onde acabou o liceu. Seguidamente, iniciou a Universidade sendo nessa altura que publicou o seu 1º livro de versos.
Foi para a tropa, e foi por essa altura que se deu um golpe militar que pela 1ª vez instituiu a ditadura em Portugal.
Ao acabar a tropa formou-se em medicina, começando a exercer a sua função em Sendim, vila situada na Beira Alta, não deixando no entanto de continuar a escrever.
4º Dia
O 4º dia é preenchido principalmente com passeios pela Europa, revendo amigos e participando em comícios de operários.
Sempre sem parar de escrever, continuou a percorrer a Europa visitando vários monumentos importantes e cidades célebres.
5º Dia
Regressou a Portugal abrindo um consultório em Leiria. Entretanto foi preso e interrogado pela polícia política, devido a um novo livro que tinha publicado, o qual rapidamente foi apreendido.
Foi para Lisboa e por lá ficou. A sua saúde estava frágil e debilitada, os seus pais não tinham qualquer conhecimento da sua saúde nem do seu aprisionamento, porém continuavam a comunicar com ele através de cartas que os seus amigos lhe faziam chegar (os amigos serviam de intercomunicador entre ele e os pais).
Passado algum tempo, foi posto em liberdade, regressando a Coimbra.
6º Dia
Casou com Jeanne, uma estudante belga que tinha conhecido antes de ser preso. De seguida, foi com Jeanne visitar a sua família a Agarez. Já sabendo do que se tinha passado com Adolfo, a família recebeu-os euforicamente e de braços abertos. Nessa altura publicou mais um livro que viria a ser também apreendido, iniciou-se, a partir dai, uma perseguição a ele e à sua mulher levando-os ao despedimento das funções que exerciam. Terminada a segunda guerra mundial, deu mais uma volta pela Europa na companhia da esposa. Os destroços eram ainda visíveis por toda a parte, a ruína, a destruição e os restos de monumentos instalaram-se nas cidades. Depois de tudo o que viu chegou Portugal e escreveu sem parar… várias colectâneas de versos, peças de teatro e contos.
Mais tarde, deu-se o falecimento da sua mãe ficando extremamente abalado. Algum tempo depois, recebeu um convite para participar num colóquio no Brasil, e a sua ida foi-lhe dificultada pela PIDE, no entanto ao fim de algum tempo, conseguiu partir. Ao vir de novo para Portugal, passou por um momento muito triste da sua vida, a morte do pai. Entretanto houve mudança de governo e Jeanne retomou a sua profissão de professora de Língua Portuguesa na universidade.
O final do livro reporta-nos essencialmente para a Revolução de Abril e as suas consequências, nomeadamente os golpes e contra golpes até a consagração da Democracia. O autor, ao finalizar esta obra, deixa-nos, por um lado, o desejo de criar o 7º dia da sua vida e, por outro, deixa a ideia de que as suas forças já não o deixam…